Poema de TOMÁS PAIVA , declamado pelo próprio
Era uma vez agora
quando tudo tinha um princípio, um meio e um fim
e onde eu te guardava
perto de mim.
Era uma vez agora
quando o teu sussurro
é ouvido e então amor
tudo faz sentido.
Era uma vez agora
o teu olhar parado no meu,
deixando-me sem respirar
e levando-se ao céu.
Era uma vez agora
em que um segundo demora,
trazendo uma dor
que me devora.
Era uma vez agora
um bocado de mim
que anda à procura
do que já esqueci.
Era uma vez agora
quando nada mudou,
estou à procura de mim
e de quem não me encontrou.
Era uma vez agora
uma lágrima perdida,
que insiste em dizer-me:
"Que merda de vida".
Era uma vez agora
um bocado de mim,
que outrora
pensava assim.
Era uma vez agora
o chão a fugir
e eu com a certeza
de que não vou cair.
Era uma vez agora
o tempo de uma vida,
um olhar que chora
na hora da despedida.
Era uma vez agora,
a vida...
---------------------------------------------------------------------------------------------
Poema de Carlos Mota de Oliveira, declamado por Luís Serra
UM DIA NA TUA CAMA
Hei-de anunciar-me
um dia na tua cama.
Arrumarei a lua, primeiro.
E dar-te-ei um nome
com a possibilidade
de andar pelo mar.
Talvez saibas pesá-lo.
Falar-te-ei de velhos navios.
E colocarei uma almofada
ao fundo dos teus olhos.
De pouco peso, é certo.
Como a alma de uma abelha.
E pedir-te-ei tudo:
o corpo a luz
e colecções de fábulas
Sem comentários:
Enviar um comentário